Os Bastidores da Notícia: A Rotina Intensa de Islan e Ellen nas Coberturas Policiais de Dois Vizinhos

Casal que atua na linha de frente do jornalismo policial revela desafios emocionais, riscos, aprendizados e a dedicação diária para informar a população com responsabilidade.
Pouca gente imagina o peso emocional, a correria e a responsabilidade que acompanham o trabalho de quem faz jornalismo policial. Em Dois Vizinhos, dois profissionais são reconhecidos por estarem sempre na linha de frente das ocorrências: Islam Roque, repórter policial, e Ellen, repórter cinematográfica. Juntos, eles formam uma dupla que se destaca pela seriedade, comprometimento e respeito com que tratam cada caso que chega até eles.
Nesta entrevista especial, os dois falam sobre o início da carreira, os bastidores das coberturas, os momentos mais marcantes e como lidam com as emoções diante de situações tão delicadas.
“Comecei aos 14 anos… e me encontrei na segurança pública” – Islan Roque
Islan conta que sua trajetória começou cedo, ainda aos 14 anos, em Minas Gerais. Em 2015, já no Paraná, fundou seu próprio portal de notícias e passou a se especializar em segurança pública, área pela qual sempre teve forte ligação familiar.
“Sonhava em ser policial, mas quando não pude mais prestar concurso, percebi que poderia atuar na segurança pública através do jornalismo”, explica.
Mas a realidade do repórter policial é dura. “A gente vê cada cena… algumas ficam na cabeça por dias. É emocionalmente pesado”, relata. A rotina, segundo ele, é praticamente de plantão permanente: “A qualquer momento algo pode acontecer. Não existe dia comum. ”
Entre as coberturas mais marcantes, ele cita a morte de uma criança de seis anos, atropelada pelo avô, episódio que o abalou profundamente. Também lembra das ameaças e tentativas de intimidação que já sofreu no exercício da profissão.
Apesar dos desafios, Islan destaca a boa relação com as forças de segurança da região e reforça a responsabilidade diante da curiosidade do público: “As mensagens chegam sem parar, mas sempre respeito a legislação e não revelo nada além do que está na reportagem. ”
Fora do trabalho, dedica-se aos estudos e a ações sociais que realiza discretamente.
“Nunca imaginei ser repórter cinematográfica” – Ellen
Ellen entrou no jornalismo policial quase por acaso. “Conheci o Islan e comecei a acompanhá-lo nas coberturas. No início eu não entendia nada, mas fui estudando e me capacitando”, conta.
Das coberturas que realizou, a que mais a marcou foi a mesma que mexeu com Islan: a morte da criança atropelada pelo trator. “Foi uma sensação muito diferente… muito comovente. ”
Além do impacto emocional, ela destaca a responsabilidade técnica do seu trabalho: “Preciso saber até onde posso ir, o que posso filmar. Um erro pode comprometer uma cena de crime. É preciso muito cuidado.”
Ellen ressalta que, ao chegar a uma ocorrência, o primeiro compromisso é ajudar. “Sempre nos prontificamos a contribuir de alguma forma com autoridades ou vítimas. Só depois pensamos na reportagem. ”
Controlar as emoções nem sempre é simples. “Faço as imagens necessárias e depois me afasto, para não me envolver demais. ” Fora das câmeras, tenta descansar quando possível, entre edições de vídeo, séries, músicas e estudos.
Uma dupla que virou referência
O trabalho de Islan e Ellen vai muito além de divulgar ocorrências. É um compromisso com a verdade, com o respeito às vítimas, com o suporte às autoridades e com a responsabilidade de informar uma comunidade inteira.
Entre sirenes, madrugadas, cenas difíceis e pressões emocionais, os dois se tornaram referência regional. Mais do que repórteres, são profissionais que carregam, diariamente, o peso e a importância de contar histórias reais, muitas vezes dolorosas, para que a sociedade entenda o que acontece ao seu redor.

